CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 7 de abril de 2014

JOÃO MATA-SETE E O BONECO SABE-TUDO




Com o letreiro bordado no cinto, João e o boneco seguiram viagem e chegaram a uma cidade silenciosa, em que as casas tinham as janelas fechadas e um pano preto nas portas. Um soldado, ao ver o letreiro na cintura de João, disse:
— Vá falar imediatamente com o rei.
João foi e o rei disse:
— Um unicórnio gigante levou minha filha para a floresta e a mantém prisioneira numa caverna. Mandei caçadores, mandei soldados, mandei magos para matar a fera, mas eles nunca voltaram. Só você, guerreiro, que mata sete com um golpe só, pode salvá-la. Peça o que quiser em troca.

O boneco se remexeu no bolso de João. João o pegou disfarçadamente e ouviu seu conselho. Então disse ao rei:
— Quero a princesa em casamento, mais metade do reino.
O rei, que não tinha mais esperança de ver a filha, concordou.
João, aconselhado pelo boneco, foi para a floresta com uma corda, um machado e um fantoche do seu tamanho, com roupas iguais às suas. Perto da caverna onde o unicórnio mantinha a prisioneira, botou o fantoche escorado numa árvore e se escondeu atrás dela. Então gritou:
— Apareça, cavalinho! Chegou o seu domador!

O unicórnio saiu bufando da caverna. Tinha dois metros de altura e era todo branco, com um brilho estranho, como se tivesse sido feito de um pedaço da lua cheia. Não podia haver bicho mais bonito.
João gritou de novo, acenando o braço do fantoche:
— Aqui, cavalinho!
O unicórnio baixou a cabeça e investiu a galope. Seu chifre atravessou o peito do fantoche e se cravou profundamente no tronco da árvore. Por mais que o unicórnio se debatesse, não conseguiu se soltar.
João passou a corda no pescoço do unicórnio e cortou o chifre com o machado. Sem o chifre, o unicórnio ficou mais mansinho que uma mula velha. Então João libertou a princesa, montaram no unicórnio e voltaram ao palácio, onde houve muita festa e o casamento.

João e a princesa viveram felizes por uns tempos. Mas uma noite João sonhou com o teatro de bonecos e disse:
— Vamos à feira, pai, apresentar a peça Davi e Golias.
A princesa ouviu e foi falar com o pai:
— O senhor me casou com um artista de feira. Isso não é digno de uma princesa como eu.
O rei, que fazia tudo o que a filha queria, mandou chamar João:
— Uma aldeia minha, perto das montanhas, está sendo aterrorizada por um javali com dentes de diamante. Só você pode caçá-lo.
— Vou hoje mesmo, majestade.

Quando João se despediu da princesa e montou no unicórnio, ela ficou muito satisfeita, porque pensava que logo ficaria viúva. Mas, a caminho da aldeia, João perguntou ao boneco o que tinha de fazer. O boneco disse.
Na aldeia deserta, em frente à igreja, João deixou o unicórnio pastando e se pôs a cantar aos gritos. Na mesma hora o javali saiu da floresta e correu para João, que fugiu para dentro da igreja e pulou pela janela. O javali foi atrás. Mas como a janela era muito alta para ele, ficou por ali farejando e roncando furioso. João deu a volta e fechou a porta da igreja por fora. Depois, com uma lança, matou o javali e o levou para o palácio do rei numa carreta puxada por seis mulas. Com os dentes de diamante, fez uma coroa para a princesa.

A princesa, sem saber se ficava feliz ou não, apenas resmungava. Então o rei disse:
— Não, minha filha, João não pode ser um artista de feira. Apenas um grande guerreiro poderia fazer o que ele fez. Acho que você andou sonhando.
— Talvez o senhor tenha razão, meu pai — a princesa disse conformada.
João e a princesa voltaram a viver felizes por uns tempos. Mas uma noite João sonhou de novo com o teatro de bonecos e disse:
— Vamos à feira, pai, apresentar a peça Davi e Golias.
No outro dia, a princesa foi falar com o rei:
— Não, meu pai, não sonhei, não. João é um reles artista de feira.

O rei, que começava a esquecer que João tinha salvado a filha, mandou chamá-lo:
— João, na montanha mais alta, depois da aldeia do javali, há dois gigantes. Todo ano eles descem e fazem grandes estragos no reino. Matam os camponeses, destroem as plantações e devoram os rebanhos. Até meus generais têm medo deles. Só você, João, que mata sete de um golpe só, pode enfrentá-los. Leve cem soldados com você.
— Vou hoje mesmo, majestade.

Quando João se despediu da princesa e montou no unicórnio, ela pensou, muito contente: “Dessa sim fico viúva. Os gigantes me farão o favor de devorar João”.
Mas, no caminho, João perguntou ao boneco o que devia fazer. O boneco disse. Assim, na encosta da montanha, João falou para o general que comandava os soldados:
— É muito perigoso. Esperem aqui. Faço questão de tratar sozinho da saúde desses gigantes.
Os soldados ficaram muito satisfeitos.
Galopa que galopa, João achou os dois gigantes. Eles dormiam embaixo de um grande carvalho. Roncavam e bufavam tanto que os galhos estremeciam.

João mandou o unicórnio pastar longe dali e encheu o bornal com pedras de bom tamanho. Depois subiu no carvalho. Escondido entre os ramos, jogou uma pedra na barriga de um dos gigantes. O gigante resmungou, passou a mão na barriga, mas continuou dormindo. Então João jogou uma pedra maior, bem no nariz dele. O gigante acordou, deu um safanão no companheiro e disse:
— Pare com isso, Ventania!
O gigante Ventania acordou irritado:
— Hein?!
— Pare de me bater.
— Você anda sonhando.

Voltaram a dormir. Aí João acertou uma pedrada no nariz do gigante Ventania. Ele acordou furioso, deu um safanão no companheiro e disse:
— Pare você com isso, Trovão!
— Eu não fiz nada — o gigante Trovão disse.
— Pensa que sou bobo? Me incomode de novo e encho você de sopapos.
— Enche nada, seu fracote.
— Fracote é você. Você e seus irmãos.

Resmungando, eles tentaram dormir de novo. Mal tinham fechado os olhos, João jogou uma pedra em cada um. Aí foi aquela pancadaria. Em pouco tempo, os dois estavam com o nariz quebrado, os olhos roxos, a boca sangrando. Quanto mais lutavam, mais furiosos ficavam, até que começaram a arrancar árvores para baterem um na cabeça do outro. Uma hora depois, tinham arrancado umas cem árvores e estavam desmaiados no chão.
Com toda a calma, João desceu do carvalho — que por milagre não fora derrubado —, sacou a espada e matou os gigantes. Depois chamou os soldados:
— Foi uma luta terrível. Eles derrubaram cem árvores tentando me acertar.
— O que fazemos com eles? — quis saber o general.

O boneco se remexeu no bolso de João. João o pegou disfarçadamente e ouviu o seu conselho. Então disse ao general:
— Vamos alimentar os urubus. Depois venho recolher os ossos, para construir um palácio para minha mulher.
Assim foi feito. A princesa, com a coroa de diamantes dos dentes do javali e o palácio de marfim, esqueceu o orgulho e descobriu que gostava de João. Viveram felizes por uns tempos, até que outra vez João falou em sonhos sobre ir à feira se apresentar com os bonecos.

No outro dia, a princesa procurou o rei:
— Não, meu pai, não sonhei, não. Desta vez tenho certeza. João é um reles artista de feira. Ele simplesmente tentou me enganar com aquele unicórnio pastando no jardim, com aquela coroa de diamantes e com aquele palácio de marfim. O senhor precisa se livrar dele.
O rei era tão orgulhoso como a filha e nem se lembrava mais que João a tinha salvado.
— Minha filha, esta noite, quando João estiver dormindo, abra a porta do quarto. Meus soldados amarrarão seu marido e o levarão a um navio, para abandoná-lo no outro lado do mundo. Mas se isso não funcionar, por favor, nunca mais me peça nada.

Naquele mesmo instante, o boneco começou a se remexer no bolso de João e só sossegou depois que João o ouviu. À noite, quando pensou que João dormia, a princesa abriu a porta do quarto e cochichou com os soldados. Aí João começou a falar como se sonhasse:
— Vamos à feira, pai, assistir à peça Davi e Golias. Vamos, pai. Quando eu crescer, serei mais forte e mais valente que Davi. Eu caçarei unicórnios, javalis e gigantes. Eu me casarei com a princesa mais linda. E ai de quem se meter comigo, porque matarei sete de um golpe só.
Os soldados escaparam de fininho e a princesa voltou para a cama, pensando:
— Como sou boba. Como não tinha visto quem João é realmente? É valente, é generoso e me ama. O que mais posso querer?
Assim começou o reinado de João, que, seguindo os conselhos do boneco, foi justo e feliz.

 FONTE:http://blogs.estadao.com.br/estadinho/historia-2-joao-mata-sete/

8 comentários:

  1. Com o letreiro bordado no cinto, João e o boneco seguiram viagem e chegaram a uma cidade silenciosa, em que as casas tinham as janelas fechadas e um pano preto nas portas. Um soldado, ao ver o letreiro na cintura de João, disse:
    — Vá falar imediatamente com o rei.
    João foi e o rei disse:
    — Um unicórnio gigante levou minha filha para a floresta e a mantém prisioneira numa caverna. Mandei caçadores, mandei soldados, mandei magos para matar a fera, mas eles nunca voltaram. Só você, guerreiro, que mata sete com um golpe só, pode salvá-la. Peça o que quiser em troca.
    O boneco se remexeu no bolso de João. João o pegou disfarçadamente e ouviu seu conselho. Então disse ao rei:
    — Quero a princesa em casamento, mais metade do reino.
    O rei, que não tinha mais esperança de ver a filha, concordou.
    João, aconselhado pelo boneco, foi para a floresta com uma corda, um machado e um fantoche do seu tamanho, com roupas iguais às suas. Perto da caverna onde o unicórnio mantinha a prisioneira, botou o fantoche escorado numa árvore e se escondeu atrás dela. Então gritou:
    — Apareça, cavalinho! Chegou o seu domador!

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    1. 1.quem seguiram viagem?
      2.e onde chegaram?
      3.o que tinha nas casas?
      4.o que levou minha filha?
      5.para onde?
      6.ficou prisioneira onde?
      7.o que mandei?
      8.o que faz o guerreiro?
      9.o que quero?
      10.o que o rei não tinha?
      11.o que disse joão na fala final?
      12.seu nome:
      13.nome de sua escola:
      14.sua professora:
      15.sua colega ou seu colega:

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    2. joao eboneco ciudadecilecioza panepreto icome parasforetar 6nacavrena 7cavaleiro matoudraquao urei vida gotou joao escolaantoniomacelino ferreira elizabeti vitoria sabrina

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    3. joao eo boneco
      2naçidade silençiosa
      3pano preto
      4onicornio
      5para a caverna


      6na caverna
      8matasete
      9uma filha
      10nao tinha esperança
      11apareça cavalinho
      12felipe
      13antonio marçelino ferreira
      14elizabete
      15alvaro
      felipe
      7soldados

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    4. FELIPE NOTA 9,SABRINA 6,DANIEL FALTOU.

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  2. Com o letreiro bordado no cinto, João e o boneco seguiram viagem e chegaram a uma cidade silenciosa, em que as casas tinham as janelas fechadas e um pano preto nas portas. Um soldado, ao ver o letreiro na cintura de João, disse:
    — Vá falar imediatamente com o rei.
    João foi e o rei disse:
    — Um unicórnio gigante levou minha filha para a floresta e a mantém prisioneira numa caverna. Mandei caçadores, mandei soldados, mandei magos para matar a fera, mas eles nunca voltaram. Só você, guerreiro, que mata sete com um golpe só, pode salvá-la. Peça o que quiser em troca.
    O boneco se remexeu no bolso de João. João o pegou disfarçadamente e ouviu seu conselho. Então disse ao rei:
    — Quero a princesa em casamento, mais metade do reino.
    O rei, que não tinha mais esperança de ver a filha, concordou.
    João, aconselhado pelo boneco, foi para a floresta com uma corda, um machado e um fantoche do seu tamanho, com roupas iguais às suas. Perto da caverna onde o unicórnio mantinha a prisioneira, botou o fantoche escorado numa árvore e se escondeu atrás dela. Então gritou:
    — Apareça, cavalinho! Chegou o seu domador!
    O unicórnio saiu bufando da caverna. Tinha dois metros de altura e era todo branco, com um brilho estranho, como se tivesse sido feito de um pedaço da lua cheia. Não podia haver bicho mais bonito.
    João gritou de novo, acenando o braço do fantoche:
    — Aqui, cavalinho!
    O unicórnio baixou a cabeça e investiu a galope. Seu chifre atravessou o peito do fantoche e se cravou profundamente no tronco da árvore. Por mais que o unicórnio se debatesse, não conseguiu se soltar.
    João passou a corda no pescoço do unicórnio e cortou o chifre com o machado. Sem o chifre, o unicórnio ficou mais mansinho que uma mula velha. Então João libertou a princesa, montaram no unicórnio e voltaram ao palácio, onde houve muita festa e o casamento.E foram felizes para sempre.

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  3. 03:22
    1.quem seguiu viagem?
    2.e onde chegaram?
    3.o que tinha nas casas?
    4.o que levou minha filha?
    5.para onde?
    6.ficou prisioneira onde?
    7.o que mandei?
    8.o que faz o guerreiro?
    9.o que quero?
    10.o que o rei não tinha?
    11.o que disse joão na fala final?
    12.seu nome:
    13.nome de sua escola:
    14.sua professora:
    15.sua colega ou seu colega:

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