CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

ESCRITOS ÁRABES DE JESUS MENINO




Chegaram alguns homens que carregavam uma criança em uma liteira. Este menino havia ido até a montanha com seus colegas para apanhar lenha, e, tendo encontrado um ninho de perdiz, pôs a mão para retirar os ovos, mas uma serpente escondida no ninho mordeu-o, e ele chamou seus companheiros para socorrê-lo. Mas quando chegaram, eles o encontraram estendido no chão e quase morto; então alguns familiares vieram e levaram-no à cidade. Quando chegaram ao local onde o Senhor Jesus estava sentado em seu trono como um rei, com outras crianças à sua volta, como sua corte, estas foram ao encontro dos que carregavam o moribundo e disseram-lhes: "Vinde e saudai o rei." Como eles não queriam aproximar-se por causa da tristeza que sentiam, as crianças traziam-nas à força. E quando estavam na frente do Senhor Jesus, ele perguntou-lhes por que estavam carregando aquela criança; responderam que uma serpente a havia mordido, e o Senhor Jesus disse às crianças: "Vamos juntos e matemos a serpente." Os pais da criança que estava prestes a morrer suplicaram para que os deixassem ficar, mas elas responderam: "Não ouvistes o que o rei disse: 'Vamos e matemos a serpente', e não deveríeis seguir suas ordens?" E apesar da sua oposição eles retornaram à montanha, carregando a liteira. Quando chegaram perto do ninho, o Senhor Jesus disse às crianças: "Não é aqui que se esconde a serpente?" E eles responderam que sim, e a serpente, chamada pelo Senhor Jesus, saiu e submeteu-se a ele. E o Senhor lhe disse: "Vai e suga todo o veneno que espalhaste nas veias desta criança." A serpente, arrastando-se, sugou todo o veneno que ela havia inoculado, e o Senhor em seguida amaldiçoou-a e, fulminada, morreu logo em seguida. E o Senhor Jesus tocou a criança com sua mão, e ela foi curada. E como ela se pusesse a chorar, o Senhor Jesus lhe disse: "Não chores, serás meu discípulo." E esta criança foi Simão de Cananéia, de quem se faz menção no Evangelho.
Um outro dia, o Senhor Jesus brincava na beira do rio com outras crianças, e eles haviam cavado pequenas valas para fazer escorrer a água, formando assim pequenas poças. O Senhor Jesus havia feito doze passarinhos de barro, e os havia colocado ao redor da água, três de cada lado. Era um dia de Sábado, e O filho de Hanon, o Judeu, veio e vendo-os assim entretidos, disse-lhes: "Como podeis em um dia de Sábado fazer figuras com a lama?" E ele se pôs a destruir tudo. E quando o Senhor Jesus estendeu as mãos sobre os pássaros que havia moldado, eles saíram voando e cantando. Em seguida, o filho de Hanon, o Judeu, aproximou-se da poça cavada por Jesus para destruí-la mas a água desapareceu, e o Senhor Jesus disse-lhe: "Vê como esta água secou; assim será com a tua vida." E a criança secou.
 Ele começou desde esse dia a esconder os seus segredos e seus mistérios, até que completou trinta anos, quando seu Pai, revelando publicamente sua missão às margens do Jordão, fez soar, do alto do céu, estas palavras: "E meu filho Amado no qual coloquei toda minha complacência", e foi quando o Espírito Santo apareceu sob a forma de uma pomba branca.
E a ele que humildemente adoramos, pois ele nos deu a existência e a vida, e ele nos fez sair das entranhas de nossas mães; ele tomou, por nós, o corpo de homem, e ele nos redimiu, cobrindo-nos com sua misericórdia eterna e concedendo-nos a graça do seu amor e de sua bondade. A ele portanto, glória, poder, louvores e domínio por todos os séculos. Que assim seja. 
  Havia também entre eles um filósofo muito sábio em medicina e ciências naturais, e quando ele perguntou ao Senhor Jesus se ele havia estudado a medicina, este expôs-lhe a física, a metafísica, a hiperfisica e a hipofisica, as virtudes do corpo e os humores e os seus efeitos, o número de membros e de ossos, de secreções, de artérias e de nervos, as temperaturas, calor e seco, frio e úmido, e quais as suas influências; quais as atuações da alma no corpo, suas sensações e suas virtudes, a faculdade da palavra, da raiva, do desejo, sua composição e dissolução e outras coisas que a inteligência de nenhuma criatura jamais alcançou. Então o filósofo ergueu-se e adorou o Senhor Jesus, dizendo: "Senhor, daqui em diante serei teu discípulo e teu servo."
E enquanto assim falavam, Maria apareceu junto com José, e fazia três dias que procuravam por Jesus; vendo-o sentado entre os doutores, interrogando-os e respondendo-lhe alternada-mente, ela lhe disse: "Meu filho, por que agiste assim conosco? Teu pai e eu te procuramos, e tua ausência causou-nos muita aflição." Ele respondeu: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que convinha que eu permanecesse na casa de meu Pai?" Mas eles não entendiam as palavras que ele lhes dirigia. Então os doutores perguntaram a Maria se ele era seu filho, e ela tendo respondido que sim, eles exclamaram: "O feliz Maria, que deste à luz tal criança." Ele voltou com os pais para Nazaré, e ele lhes era submisso em tudo. E sua mãe conservava todas as suas palavras em seu coração. E o Senhor Jesus crescia em tamanho, em sabedoria e em graça diante de Deus e diante dos homens. 
 Quando contava doze anos de idade, levaram Jesus a Jerusalém por ocasião da festa, e quando ela terminou, eles voltaram; mas o Senhor Jesus permaneceu no templo, em meio aos doutores e aos velhos e aos sábios dos filhos de Israel, que ele interrogava sobre diferentes pontos da ciência, mas também respondia-lhes as perguntas. Jesus perguntou-lhes: "De quem é filho o Messias?" E eles responderam: "Este é filho de Davi." Jesus respondeu: "Por que então Davi, movido pelo Espírito Santo, chama-o Senhor, quando diz: 'O Senhor disse ao meu Senhor: `Senta-te à minha direita para que eu coloque teus inimigos aos teus pés'?" Então um importante rabino interrogou-o, dizendo: "Leste os livros sagrados?" O Senhor Jesus respondeu: "Eu li os livros e o que eles contêm", e ele explicava-lhes as Escrituras, a lei, os preceitos, os estatutos, os mistérios que estão contidos nos livros das profecias, e que a inteligência de nenhuma criatura pode compreender. E o principal entre os doutores disse: "Eu jamais vi ou ouvi tamanha instrução; quem credes que seja esta criança?"
Havia lá um filósofo, astrônomo sábio, que perguntou ao Senhor Jesus se ele havia estudado a ciência dos astros. E Jesus respondendo-lhe, expôs o número de esferas e de corpos celestes, sua natureza e sua oposição, seu aspecto trinário, quaternário e sêxtil, sua progressão e seu movimento de leste para oeste, o cômputo e o prognóstico e outras coisas que a razão de nenhum homem escrutou. 
 Havia em Jerusalém um homem, chamado Zaqueu, que instruía os jovens. E ele dizia a José: "José, por que não me envias Jesus para que ele aprenda as letras?" José concordou e também Maria. Levaram pois a criança para o professor, e assim que ele o viu, escreveu o alfabeto e pediu-lhe que pronunciasse Aleph. E quando ele o fez, pediu-lhe para dizer Beth. O Senhor Jesus disse-lhe: "Dize-me primeiro o que significa o Aleph, e aí então eu pronunciarei Beth." E o professor preparava-se para chicoteá-lo, mas o Senhor Jesus pôs-se a explicar o significado das letras Aleph e Beth, quais as letras de linhas retas, quais as oblíquas, e as que tinham desenho duplo, as que tinham pontos, aquelas que não tinham e porque tal letra vinha antes da outra, enfim, ele disse muitas coisas que o professor jamais ouvira e que não havia lido em livro algum. E o Senhor Jesus disse ao professor: "Presta atenção ao que vou dizer." E ele pôs-se a recitar clara e distintamente Aleph, Beth, Ghimel, Daleth, até o fim do alfabeto. O mestre ficou admirado e disse: "Creio que esta criança nasceu antes de Noé"; e virando-se para José, acrescentou: "Tu o conduziste para que eu o instruísse, uma criança que sabe mais que todos os doutores." E ele disse a Maria: "Teu filho não precisa de nossos ensinamentos."
Conduz iram-no em seguida a um professor mais sábio.

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