A rede hidrográfica brasileira é
constituída por rios navegados em corrente livre e por hidrovias geradas
pela canalização de trechos de rios, além de extensos lagos isolados,
criados pela construção de barragens para fins exclusivos de geração
hidrelétrica.
Alguns dos rios da Amazônia e do
Centro-Oeste foram melhorados pela dragagem de seus baixios, mas a
maioria dos rios navegáveis destas regiões são naturais. Nas regiões
Sudeste e Sul, vários rios foram canalizados, o que permitiu o aumento
da capacidade de tráfego dessas hidrovias e da confiabilidade do
transporte fluvial.
A rede hidrográfica brasileira tem
elevadas condições de umidade na maior parte do território nacional,
sendo considerada como a mais densa do planeta.
Algumas características da hidrografia do Brasil
- Rica em rios, mas pobres em lagos.
- O regime de alimentação dos rios brasileiros é pluvial, não se registrando a ocorrência de regimes nival ou glacial, sendo apenas o Rio Amazonas um dependente do derretimento da neve da Cordilheira do Andes, mas a sua alimentação provém basicamente de chuvas. O período das cheias dos rios brasileiros é no verão, com algumas exceções no litoral do nordeste.
- Grande parte desses rios é perene; apenas alguns que nascem no sertão nordestino são intermitentes.
- O destino dos rios brasileiros é exorréico, ou seja, desagua no mar. Devido ás elevadas altitudes na porção ocidental da América do Sul, os rios brasileiros vão todos desaguar no Oceano Atlântico. Mesmo os que correm para oeste fazem a curva ou desaguam em outro rio que irá em direção ao oceano.
- Na produção de energia elétrica, o uso dos rios é muito grande. Aproximadamente cerca de 90% da eletricidade brasileira provém dos rios. Seu potencial hidráulico vem de quedas d’água e corredeiras, dificultando a navegabilidade desses mesmos rios. Na construção da maioria das usinas hidrelétricas, não foi levado em conta a possibilidade futura de navegação, dificultando o transporte hidroviário.
Bacia Amazônica
É a maior superfície drenada do mundo. O
Rio Amazonas, dependendo da nascente, é considerado o segundo (6.557
Km) ou o primeiro rio mais extenso do mundo. É o rio de maior vazão de
água (100.000 m3/s), depositando aproximadamente 15% dos débitos
fluviais totais do mundo. Possui uma largura média de 4 a 5 Km, podendo
atingir mais de 10 Km em alguns pontos. Nasce na planície de La Raya, no
Peru, com o nome de Vilcanota, desce as montanhas, recebendo os nomes
de Ucaiali, Urubanda e Marañón. No território brasileiro, recebe o nome
de Solimões e, a partir da confluência com o Rio Negro, próximo a
Manaus, é chamado de Amazonas. Dos seus mais de 7 mil afluentes, os
principais são: Negro, Trombetas e Jari (margem esquerda); Madeira,
Xingu e Tapajós (margem direita).
A Bacia Amazônica possui cerca de
23.000 Km navegáveis, podendo atingir a Bacia Platina, a Bacia de São
Francisco, a Bacia do Orenoco, na Venezuela, e o Rio Madalena, na
Colômbia. Hoje, a travessia dessas e de outras passagens naturais ainda é
difícil, mas vislumbra-se o dia em que será possível atravessar
praticamente todo o continente sul americano.
A pesca fluvial apresenta um enorme
potencial ainda pouco explorado. Sabe-se da existência de inúmeras
espécies de peixes com aproveitamento econômico viável.
Bacia do Tocantins
Com 803.250 Km² de área ocupada, é a
maior bacia em território nacional. O principal rio é o Tocantins, que
nasce em GO, nas confluências dos Rios Maranón e Paraná, desaguando na
foz do Rio Amazonas. É aproveitado pela Usina Hidrelétrica de Tucuruí,
PA.
Bacia do Paraná
Pertence a uma bacia maior, não estando
totalmente em território brasileiro, banhando também a Argentina e o
Paraguai. No Brasil ocupa 10,1% da área do país. O Rio Paraná nasce da
união dos Rios Paranaíba e Grande, na divisa MS/MG/SP; possui o maior
potencial hidrelétrico instalado no país, com destaque para a Usina
Binacional de Itaipu, fronteira com o Paraguai. Os principais afluentes
do Rio Paraná estão na margem esquerda: Tietê, Paranapanema e Iguaçu. Na
margem direita, recebe como principais afluentes os Rios Suruí, Verde e
Pardo.
Além do potencial hidrelétrico, a Bacia
do Paraná é utilizada para navegação, em trechos que estarão
interligados no futuro com a construção de canais e eclusas.
Bacia do Uruguai
É formada pela união dos Rios Canoas e
Pelotas, correndo em direção oeste, nas divisas dos estados de SC e RS, e
em direção ao Sul, na fronteira do Rio Grande do Sul com Argentina. Os
principais afluentes são os Rios do Peixe, Chapecó, Ijuí e Turvo.
Tanto para a navegação como para
hidrelétrica, a utilização é pequena em função da irregularidade da sua
vazão e topografia do terreno.
Bacia do São Francisco
Nasce em MG, na Serra da Canastra, a
mais de 1000m de altitude, atravessa o Estado da Bahia e banha as
divisas dos Estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, uma região
basicamente semi-árida.
É um rio de planalto; todavia, possui
cerca de 2.000 Km navegáveis. Possui bom potencial hidrelétrico e nele
está situado a Usina de Paulo Afonso, BA. Atualmente suas águas estão
sendo desviadas para irrigação.
Bacia do Norte – Nordeste
Por onde correm os rios do Meio – Norte
do país (Maranhão e Piauí), tais como o Paranaíba, o Gurupi, Pindaré,
Mearim e Itapicuru. Integrante também dessa bacia os rios intermitentes
ou temporários do sertão nordestino: o Jaguaribe, Acaraú, Apodi,
Piranhas, Capibaribe, e outros.
Bacia do Leste
É formada principalmente pelos Rios Jequitinhonha, Doce, Itapicuru e Paraíba do Sul.
Bacia do Sudeste – Sul
Entrecortada pelos Rios Ribeira do Iguape, Itajaí, Tubarão e Jacuí (que se denomina Guaíba em Porto Alegre).
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