A atualização foi uma forma de legitimar uma pesquisa de cientistas da Universidade de Londres
Foto: OLIVER BERG / AFP/DPA
Não houve anúncio oficial, foi sem alarde. Mas o Instituto Nacional americano para o Abuso de Drogas (NIDA, na sigla em inglês) atualizou a página no seu site oficial que trata dos benefícios medicinais da maconha.
“Evidencias de um estudo com cultura de células sugerem que elementos purificados da maconha podem desacelerar o crescimento de células cancerígenas de alguns dos tipos mais sérios de tumores cerebrais”, diz o texto.
“Evidencias de um estudo com cultura de células sugerem que elementos purificados da maconha podem desacelerar o crescimento de células cancerígenas de alguns dos tipos mais sérios de tumores cerebrais”, diz o texto.
A atualização foi uma forma de legitimar uma pesquisa de cientistas da Universidade de Londres publicada na revista Molecular Cancer Therapies. No estudo, os cientistas mostraram que o uso de Tetraidrocanabinol (THC), principal princípio ativo da planta e do canabidiol (CBD), outro agente químico retirado dela, reduziu "de forma drástica" o crescimento de um tipo de tumor cerebral grave, chamado glioma.
Em um texto publicado no Washington Post, Wai Lu, um dos autores do estudo, afirma que dependendo do paciente, o tratamento para esse tipo de câncer consiste em cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia com a droga temozolomida.
"Porém, primeiramente pela localização intrincada localização do tumor no cérebro e o seu comportamento invasivo, esses tratamentos continuam amplamente malsucedidos. Nosso estudo mostrou que uma combinação de canabinóides com radioterapia tiveram um grande efeito", escreveu Wai Lu.
"Porém, primeiramente pela localização intrincada localização do tumor no cérebro e o seu comportamento invasivo, esses tratamentos continuam amplamente malsucedidos. Nosso estudo mostrou que uma combinação de canabinóides com radioterapia tiveram um grande efeito", escreveu Wai Lu.
Nesta semana, a agência antidrogas americana (DEA, na sigla em inglês) recomendou ao governo federal dos Estados Unidos a produção de mais de 400 quilos de maconha para pesquisa em 2015, mais do que o triplo que havia sido estimado. A justificativa é de que o país precisa para pesquisas médicas e científicas não antecipadas e para uso industrial.
Ao todo, 23 estados legalizaram o uso medicinal, 12 o uso limitado aos compostos de CBD e quatro o uso recreativo. Outros 19 descriminalizaram a posse de pequenas quantidades de maconha. Embora as leis estejam mais flexíveis em alguns estados, sob o ponto de vista federal, a proibição ainda existe. Por isso, pesquisadores precisam de autorização para trabalhar com o produto.
Justamente o país que iniciou a proibição, na primeira metade do século 20, é o que mantém maior número de patentes para uso medicinal e que tem apresentado maior abertura para o seu uso científico.
Zero Hora
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