O cientista japonês Satoshi Omura, ganhador junto com o irlandês William C. Campbell do Nobel de Medicina 2015 por seu trabalho sobre infecções causadas por parasitas, afirmou nesta segunda-feira que os microorganismos são "os verdadeiros merecedores" deste prêmio.
"Cheguei até aqui graças aos microorganismos. Dediquei minha vida a eles, e eles me ensinaram tudo. Por isso seriam os verdadeiros merecedores do Nobel", disse Omura entre risos, em entrevista concedida à emissora japonesa "NHK" após saber que foi um dos agraciados.
O Instituto Karolinska anunciou hoje Omura e Campbell como ganhadores do Nobel de Medicina 2015, prêmio partilhado com a chinesa Tu Youyou, que descobriu um novo tratamento contra a malária.
O comitê informou que os três premiados este ano "desenvolveram terapias que revolucionaram o tratamento de algumas das mais devastadoras doenças parasitárias".
Omura disse estar "surpreso e muito feliz" pelo prêmio, afirmou que "não importa" ser um Nobel compartilhado, e destacou que as descobertas de todos os premiados "contribuem para erradicar doenças como a malária".
Campbell e Omura são os descobridores de um novo medicamento, Avermectin, cujos derivados reduziram drasticamente a incidência de oncocercosis, a cegueira dos rios, e de filariasis linfática, e que demonstraram serem efetivos contra muitas outras doenças parasitárias.
"Durante meus estudos de química e parasitologia descobri o potencial que os microorganismos têm. Muito cedo na minha carreira pensei que este potencial poderia ser aproveitado para ajudar os humanos", explicou Omura à "NHK".
"Pode ser que este campo da ciência não seja muito chamativo, mas acredito que é uma parte muito importante para a humanidade", afirmou Omura, que expressou seu desejo de que suas pesquisas "sirvam para melhorar a saúde humana e os serviços médicos".
O cientista japonês, nascido em 1935 na prefeitura de Yamanashi, no Japão, é desde 2007 catedrático emérito da Universidade Kitasato.
Com o prêmio de Omura, o Japão soma 23 Nobel e se torna o terceiro país mais laureado na categoria de Medicina.
EFE / TERRA
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