Lc 12,13-21
1. A primeira coisa que nos vem com esse texto é o pronome indefinido "alguém". Com ele, não se diz diretamente quem está querendo a parte que lhe cabe da herança, porque indica qualquer pessoa que esteja nessa mesma situação. No caso do homem rico da parábola, alguém preso em si mesmo, prudente quanto a si, mas desumano quanto a partilha dos bens. Tal rico, juntando tudo o que possuía, preparando seu futuro, acumulando tantas coisas, demonstra um homem sem família, vida social, enclausurado na redoma do seu egoísmo. É tudo que não deve ser um discípulo de Cristo. Quando ele morrer, seus bens vão servir para a discórdia, para outros que lutarão com a arma da avareza. No fim da vida, mesmo na mentalidade falida do mundo, todos dirão que tudo não passou de vaidade (cf. Ecle 2,21). Trabalhou talvez pensando em deixar uma herança, mas não se preocupou em formar homens e mulheres capazes de Deus, de amor, fraternidade e solidariedade. O resultado não poder ser outro: onde há o domínio do jogo de interesse, da cobiça, há também a discórdia, a guerra e a morte. Quem para si tudo edifica, desprezando aqueles que necessitam, tornar-se-á faminto eterno do essencial, mas não será saciado. Sua vida foi pura vaidade.
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