CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 20 de março de 2017

REFLETINDO SOBRE JESUS

     Mateus exprime estruturalmente o mistério no quadro de uma genealogia que parte de Abraão genitor não-gerado, por meio de uma série de gerados genitores, até José... e Jesus: ambos gerados não genitores. Ao longo de toda essa descendência, o homem é que “gera” (41 vezes). As mulheres têm aí o seu lugar, não porém como genitoras. O homem gera de (preposição grega: ek, que indica a origem): ele gera da mulher: Tamar, Raab, Rut e Betsabé. Ek indica bem a ligação original do filho com a mãe. No versículo 16, Jesus é ligado a Maria por meio da mesma partícula ek, conforme sua função feminina: “Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual foi gerado Jesus, a quem chamam de Cristo” (Mt 1,16; cf. 1,18).
             Essa expressão complexa, mas rigorosamente refletida, foi alterada em alguns muito raros manuscritos gregos, onde se encontra: José, com quem noivou a Virgem Maria, a qual gerou Jesus. Mateus, porém, tem o cuidado de mostrar a importância de José no projeto de Deus e, por outro lado, de não dizer que Maria gerou. Ele caracteriza a relação dela com Jesus unicamente com a preposição ek: 1,16 (que ela partilha com as outras mulheres). Ao dizer, no passivo: “Maria, da qual foi gerado Jesus”, Mt quer excluir não apenas um genitor humano (José), mas também um genitor divino. Ele evita cuidadosamente apresentar o Pai ou o Espírito Santo como o genitor de Cristo. Para ele, o poder divino suscita a fecundidade de Maria a título não de fecundador, mas de Criador, despertando as faculdades da criatura para o projeto divino.

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