CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A VINDA DO SENHOR

Mt 24,42-51
1. "Ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor!". Ficar atentos ou alertas, em estado de vigilância, indica uma necessidade para todos os discípulos de Jesus Cristo, para todas as comunidades, paróquias e dioceses. Havia já uma profunda preocupação em Mt com relação as comunidades para as quais ele se voltava. Eram comunidades em crescente esfriamento no amor, na missão e na espera de Jesus Cristo. Comunidades que relaxaram na vida cristão, na vivência moral e na missão evangelizadora. Diante disso, é necessário ser vigilante, obediente e fiel ao projeto de Deus, na expectativa da vinda do Filho do Homem.
2. Não se deve apegar-se ao presente como algo absoluto. É verdade que se vive o momento atual, mas com as marcas de um passado vivido e na esperança de um futuro melhor. Quem se desliga do passado e não se conscientiza da possibilidade de um futuro não viverá nem mesmo seu presente. Despreocupar-se com o que virá, agindo de modo inconsciente no "aqui e agora", cancela em si "aquilo que Deus tem preparado para nós". Cada um deve, além de vigilante, iniciar um processo de preparação. O homem caminha para um encontro definitivo, por isso deve se preparar, pois tal encontro diz respeito à sua salvação, uma vez que Aquele com quem deve se encontrar é o Senhor vitorioso.
3. Estar em vigilância e preparar-se significa CONVERTER-SE, isto é, mudar de mentalidade. Não é possível ser discípulo de Jesus Cristo, que vive todo para o Pai, fazendo exclusivamente Sua vontade, pondo a salvação em primeiro lugar, e, ao mesmo tempo, seguir os ditames do mundo, que se perde sempre mais num individualismo tremendo, numa profunda ilusão de liberdade (libertinagem), desejo de vida, entregando-se à morte em suas ações, desejo de manipulação dos outros, domínio escravista, busca de si mesmo, entre outras coisas. Não se pode servir a Deus e ao dinheiro, seguir Cristo e o mundo ao mesmo tempo. A conversão indica justamente essa total mudança: era do mundo, agora é de Cristo; vivia segundo os apetites instintivos, agora, segundo a vontade do Senhor; antes era o achismo, agora, a verdade. Dessa forma, o encontro definitivo está sendo preparado com dignidade.
4. A figura do ladrão, além de ser um sinal do modo imprevisto da chegada de Jesus, é também um sinal para o modo como devemos nos posicionar diante da realidade salvífica. Ele (Jesus) virá quando menos esperarmos, diz o texto. Ou seja, é importante que estejamos preparados em oração, comunhão com Deus e com sua Igreja, fazendo o bem, anunciando sua Palavra e sendo solidários uns para com os outros. Longe de um discípulo a preguiça, o desânimo e o gosto pelas coisas contrárias a Deus. Mt quer justamente estimular sua comunidade a viver corajosamente a expectativa confiante da vinda do Senhor. Há muitos que querem nos separar de Deus, destruir nossa dedicação ao Seu serviço, iludir nossas mentes, afastar-nos da possibilidade de sermos somente de Deus. Além disso, existem as lutas internas, os desafios com a própria existência. Ainda mais, Satanás existe e tenta, a todo custo, desviar um servo do Senhor de sua missão. Vigiar e orar sempre, com os olhos fixos no Senhor, é o que devemos fazer agora e para sempre. Devemos ficar atentos a tudo e a nós mesmos, pois somos também um tesouro conquistado por Cristo, somos filhos de Deus.
5. Jesus condena aqueles líderes judaicos que abusam do poder, fazendo sofrer o povo sob seus comandos. Para esses, a destruição será certa. A parábola também serve para os cristãos. Nenhum discípulo de Cristo deve seguir os passos dos arrogantes deste mundo. A condição de liderança de um discípulo é aquela de servo, à semelhança do seu Mestre. Ele vai ser sempre um servo entre os demais servos, servindo por amor ao Reino dos Céus. Mesmo que ele seja altamente preparado na doutrina, toda sua vida deve ser um dom colocado á disposição do crescimento espiritual e intelectual do rebanho do Senhor. Sua vida não será mais sua, mas de Cristo e de sua Igreja. Quanto mais ele souber, maior sua responsabilidade na Igreja.
6. A vida do discípulo e da comunidade paroquial deve ser uma permanente busca de configuração a Cristo; um contínuo entregar-se aos mistérios de Deus; uma incessante luta pela verdade, justiça e amor; uma operosa vida de oração e missão; um estar sempre atento aos sinais dos tempos e às necessidades uns dos outros; uma ininterrupta leitura, meditação e contemplação da Palavra de Deus; uma descoberta sempre mais desejada do conhecimento da fé e da importância de ser um dom.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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