CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 12 de agosto de 2017

PARABÉNS TODOS OS PAIS POR SEREM UMA DÁDIVA DIVINA

XIX Domingo do Tempo Comum, 13 de agosto de 2017
Mt 14,22-33 (36)
1. Encontramos esse texto também em Mc (6,45-52) e Jo (6,16-21). Certamente primeiro em Mc, depois em Mt e, por último em João. Os textos de Mc e Jo têm algumas diferenças do de Mt. Mc enfatiza as ondas balançando os remadores, não cita a cena de Pedro, conclui mostrando a incompreensão dos discípulos e tem como objetivo revelar Jesus como divino, isto é, Aquele que tem o domínio sobre as ondas do mar. O medo assinala a epifania de Cristo diante dos discípulos. Jo, por sua vez, não cita a entrada de Jesus na barca, também não cita a cena de Pedro e tem como objetivo mostrar Jesus como Senhor majestoso, livre, poderoso e Salvador. Mt, então, apresenta um texto maior. Segundo ele, as ondas balançavam a barca, insere a cena de Pedro, que segue Jesus, mas, ao preocupar-se com as ondas, ou também pelo fato de duvidar, afunda, e ainda, como homem simples e humilde, grita pela salvação, e é salvo. Traz a confissão de fé de que Jesus é o Filho de Deus. Mostra, antes de tudo, uma preocupação com a barca, sendo sacudida pelas ondas e pelo vento impetuoso, imagem certamente tirada da barca de Noé durante o dilúvio, assinalando o medo dos discípulos pelo fato de possuírem um fé fraca. Conclui, afirmando a presença salvadora de Jesus. Em outras palavras, diferentemente de Mc e Jo (textos cristológicos), o texto de Mt é mais sotero-eclesiológico.
2. Ao final da multiplicação dos pães, sobraram 12 cestos cheios. Significando o pão da Palavra de Deus, esses 12 cestos, o número 12 como sinal dos doze discípulos, devem ser levados para o outro lado, onde habitavam os pagãos, que necessitam chegar ao conhecimento de Deus. Há uma imposição de Jesus quanto ao ide, ao levar consigo os 12 cestos, ao atravessar o lago, até chegar ao destino querido por Jesus. Esse envio obrigatório reflete a necessidade da salvação para os outros povos. Terminado aquele encontro com as multidões de Israel, Jesus se retira sobre o monte, deixando Seus discípulos sozinhos na travessia do lago. Há aqui um sinal claro tanto do Ressuscitado (sobre o monte) quanto da missão da Igreja (a barca no mar) na direção dos pagãos. No monte, Jesus se encontra com o Pai; nas águas, a Igreja se encontra com os mais terríveis desafios opositores de Deus. Sozinhos, os discípulos, isto é, os batizados, missionários, sem a presença física de Jesus, precisam enfrentar os desafios do mundo, a fim de que a Palavra de Deus chegue a todos os povos.
3. A barca se encontra nas águas, isto é, no meio da iniquidade do mundo (a barca de Noé), em meio aos perseguidores (Faraó e seus soldados no mar) e sacudida pelas diversas ondas de orgulho, corrupção, desonestidade, individualismo, jogo de interesse, manipulação das consciências e da verdade, animalização do homem e coisificação da pessoa, desprezo às coisas de Deus e Seus ensinamentos fora e dentro da Igreja, indiferença à Nova e Eterna Aliança em Jesus Cristo. A barca estando nas águas é também o sinal da pesca de homens, que devem sair da escravidão do mal, simbolizado pela água. Apesar das enormes dificuldades, a Igreja deve ser perseverante, confiando unicamente em sua Cabeça, caminhando na direção DELE. Pedro, enquanto estava na direção de Cristo, dominava as águas, sinal de participação na divindade, mas quando duvidou, afundou; encontrou a salvação, quando, humildemente, gritou o nome de Jesus, isto é, quando voltou-se novamente para o seu Senhor. Podemos ver aqui, também, um sinal da vida de Pedro, que antes se coloca decididamente no seguimento de Jesus, depois O nega e chora amargamente, e, em seguida, muda completamente, assumindo a missão de pascentar o rebanho do Senhor.
4. Jesus vem sobre as águas. Segundo Jó 9,8 e 38,16, somente Deus tem o poder de andar sobre as águas, que em Dt 33,29 simbolizam o mal. Ou seja, com essa afirmação, o evangelista revela a divindade de Jesus. Ele conclui seu texto justamente dizendo que Jesus é o Filho de Deus, não no sentido de um justo, mas no sentido de ser Ele mesmo o Senhor. Na verdade, trata-se de confissão de fé pascal. Um dado claro para essa afirmação se encontra na forma como Jesus é visto pelos discípulos: como um fantasma, que aqui sinaliza Jesus Cristo ressuscitado, não compreendido pela simples razão, mas tão somente pela fé. Daí a crítica do texto à pouca fé dos discípulos. Em outras palavras, Jesus ressuscitado não estará mais visivelmente na Igreja. Sua presença é certa, real e verdadeira espiritualmente e exige, necessariamente a fé. A Igreja precisa cumprir o mandato do Salvador, confiando absolutamente em Sua presença, por ação do Espírito Santo, dado como Alma da mesma Igreja, que não deve temer os inimigos da salvação, mesmo que tenha de pagar o preço do martírio. O importante é que toda a Igreja caminhe na direção de Cristo, não desvie jamais de Sua visão, crendo firmemente no Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, colocando-se no mundo como o dom de Cristo para a salvação de todos, levando-O ao conhecimento, à cura e libertação dos aprisionados no mundo de si mesmo e na idolatria.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo




Nenhum comentário:

Postar um comentário

EXPRESSE O SEU PENSAMENTO AQUI.