Mt 7,21.24-27
1. Concluindo o Sermão da Montanha, Jesus propõe aos seus discípulos um avanço para além do comum, do cotidiano das pessoas, do mais ou menos da vida, daqueles que acham que dizer "Senhor, Senhor" é suficiente para a conquista do Reino de Deus, mas continuam seguindo seus caprichos, suas velhas ideias, seus interesses. Muitos pensam que agindo dessa forma são suficientemente prudentes, pois fazem o que sua inteligência aponta como certo. Certamente, muitos nem sequer invocam o nome do Senhor. O discípulo é convidado a ultrapassar essa realidade até atingir o essencial, escondido de muitos olhos e corações.
2. É necessário fazer a vontade do Pai; por em prática o que Ele deseja. A pergunta é: qual é a vontade do Pai? Na transfiguração, o Pai disse: "Este é o meu Filho amado, escutai-O". Antes de tudo, fazer a vontade do Pai é ESCUTAR o seu Filho Jesus Cristo, que é Sua Palavra, Palavra de Salvação. A escuta exige atenção, percepção, respeito, obediência, afeto e decisão. O discípulo é convidado a escutar atentamente a Palavra do Pai e, uma vez envolvido por Ela, decidir-se em proclamá-la pelo mundo inteiro, mediante o testemunho de uma vida apaixonada pela causa do Reino de Deus.
3. Fazer a vontade do Pai é também colocar em prática a Lei de Deus, os seus Mandamentos. Inclusive, aqui reside a prova de amor por Ele. O discípulo diz "Senhor, Senhor" com atitudes, com amor, com encanto nos olhos e na alma, com a própria vida. Os mártires ensinam como dizer "Senhor, Senhor". Dar a vida pelo outro, é dizer para ele "eu te amo". Assim fez Jesus, o mesmo fizeram milhares de cristãos por Jesus Cristo, ainda o mesmo continua a Igreja fazendo nos tempos atuais e nunca deixará de fazê-lo enquanto este mundo existir. Em cada cristão, em cada discípulo existe o chamado a viver de modo pleno os Mandamentos do Senhor: ser todo para Deus e todo para a salvação dos homens.
4. Fazer a vontade do Pai é viver do jeito como Jesus viveu, sendo todo para o Pai e todo para a humanidade, na condição de Servo, obediente, absolutamente enraizado no objetivo salvífico da humanidade. Toda sua vida aqui foi revelação de Deus, do homem, da verdade, do amor, da vida e da mais elevada missão da humanidade. Na sua vida, combateu a sede de poder do mundo, a ambição dos homens, a exploração de uns pelos outros, a soberba dos dirigentes e intelectuais, a armadilha do apego às coisas terrenas, a si mesmo e aos outros, e a insensatez do homem de achar que em si mesmo já possui o necessário, que é auto-suficiente, ou ainda absolutamente autônomo.
5. Fazer a vontade do Pai é escutar o Filho, cumprir a Lei de Deus e viver a condição de servo, abraçada por Jesus. Somente por meio de Jesus Cristo, seguindo seus passos, vivendo como Ele viveu, que o discípulo colocará em prática a vontade Deus e entrará no Reino dos Céus. Dessa forma, estará o discípulo construindo sobre a Rocha, que é Cristo mesmo. Fora de Cristo, não existe futuro, pois é insensatez construir sem alicerce, sem a verdade, prescindindo da Palavra de Deus.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo
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