TRADUÇÃO PARA SEXTA

Lc 9,22-25

1. Jesus Cristo é consciente de tudo o que passará por causa de Sua entrega para a salvação da humanidade. Ele sabe que o mundo vai fazê-lo sofrer, rejeitá-lo, matá-lo, mas não impedirá Sua vitória, que virá no "Terceiro Dia". Conhecendo bem o fim para cada profeta, Ele não se esquiva daquilo que o mundo está lhe preparando mediante a utilização dos ingredientes do ódio, da mentira, da ilusão, do desespero e da paixão desordenado pelo poder. Por outro lado, Jesus não se deixa seduzir por nada que O impeça de fazer exclusivamente a vontade do Pai, de ser obediente até a morte, de ser SIM em todos os instantes de Sua vida e de não abandonar Seu amor pela salvação daqueles que desejam destruí-Lo.

2. Aquilo que fazem com Cristo, vão fazer também com Seus seguidores. Por isso Jesus afirma: "Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me". Há três verbos importantes aqui: renunciar (a si mesmo), tomar (a cruz cada dia) e seguir (Jesus). Os três dizem respeito à realidade mesma de Jesus na história: Ele não se apegou a sua condição divina e se fez carne para salvar; na história, não temeu o sofrimento, sendo rejeitado, foi fiel até a morte, realizada como entrega total de Si mesmo; tudo sendo feito no seguimento à vontade do Pai para o bem salvífico de todos. Esse modelo de aceitação consciente da missão como entrega de si mesmo, abandonando a própria vontade, não temendo a rejeição do mundo, passando inclusive pela morte, certamente fará parte da vida de quem realmente quiser ser Seu discípulo ou discípula. É importante nunca esquecer que por trás de cada discípulo existe uma cruz e na sua frente a realidade da vitória. O corpo não terá uma sorte diferente daquela vivida pela cabeça.

3. Aquele que tudo sofreu conquistou a vitória no "Terceiro Dia". Cristo Ressuscitou! Pois bem, a essa vitória, liga-se o sentido do ensinamento de Jesus: "quem perder a sua vida por causa de mim, essa a salvará", isto é, participará de Sua vida eterna, ressuscitará, será glorificado, a morte não será o seu fim. Aquele e aquela que se colocarem a serviço do Reino de Deus, abandonando-se em Cristo, sofrerão, é bem verdade, mas conquistarão a verdadeira vida, a vida plena, a vida de Deus. Já o contrário também é verdadeiro: quem abraçar o mundo, seguindo seus ditames, destruirá para sempre a si mesmo. Para alguém ser verdadeiro discípulo não deve acumular riquezas, nem deve se apavorar com o testemunho a ser feito da morte e ressurreição do Mestre, pois é na sua carne e na decisão de sua existência que haverá comunhão com Cristo, que, em Lc se identifica com o Filho do Homem de Dn 7,13.

Já teve um verdadeiro encontro com Jesus Cristo?
Tem coragem de renunciar a si mesmo por Ele?
Quais são seus apegos e, portanto, os ídolos que mancham sua vida diante de Deus?

Um forte e carinhoso abraço.

Pe. José Erinaldo