CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

BOM É O PAI


Mt 19,16-22; Mc 10,17-22; Lc 18,18-23
1. O texto acima nos apresenta três coisas sobre as quais devemos pensar e tomar uma decisão: a primeira diz respeito à pergunta de “alguém”: “Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eternal?”. Antes de tudo, convém assinalar que esse alguém, não tendo nome, é qualquer um que tenha o desejo da conquista da vida segundo Deus; aquele ou aquela que deseja ir mais além, que sente o desejo de Deus dentro dele ou dela e coloca-se a caminho, mas necessitando, ao mesmo tempo, de uma verdadeira orientação. Depois, o adjetivo “bom”, aplicado somente a Deus, pois faz referência a essência mesma de Deus, que é a bondade, a verdade e a vida. As coisas e as pessoas podem ser vistas como boas, mas na relação com o Criador, que é o BOM e que, por isso mesmo, faz tudo bom ou muito bom. Em seguida, o termo “mestre”, usado aqui, com a finalidade de revelar a verdadeira estrada da salvação. Nesse caso, ao chamar Jesus de “Bom Mestre”, o texto aponta para Sua condição divina.
2. O segundo ponto é das exigências para se tornar um discípulo de Jesus. Necessário se faz a prática dos Mandamentos do Senhor. Interessante porque o texto não cita os Mandamentos referentes a Deus, mas tão somente ao próximo. Isso não quer dizer que Jesus está abandonando alguns mandamentos, mas agindo de tal forma como se quisesse dizer que os Mandamentos ligados a Deus só podem ser vividos se Seus discípulos colocarem em prática o bem do próximo. Voltar-se para Deus negligenciando o próximo é falsa religião, é subjetivismo, individualismo e, também, fanatismo. No amor ao próximo, revelamos o amor por Deus simultaneamente. Os discípulos necessitam voltar-se para o Senhor não somente pela fé, mas também e de modo preciso, por meio do exercício da caridade e da defesa da vida. Num todo de vida dedicada, encontram-se características, como disponibilidade, solidariedade e fraternidade, virtudes indispensáveis na vida de fé.
3. No terceiro ponto, próprio do texto de Mc, base dos dois primeiros, encontra-se o despojamento total. Jesus exige entrega absoluta, decisão firme e plena. Antes de apontar a última exigência, Jesus fita aquele que dele se aproximou, ama-o sem reservas. O verbo “Fitar” é o mesmo que olhar para o outro com muita atenção, priorizá-lo, levá-lo em conta, lê-lo por dentro. Jesus o ama, quer dizer, encontra nele reta intenção, desejo sincero, o contrário dos fariseus hipócritas, vontade de vitória, mas, ao mesmo tempo, percebe sua fraqueza. É nesse momento que Jesus manifesta sua exigência mais profunda: “Vai, vende o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me!”. O que Jesus quer ultrapassa a lógica do mundo, nem parece desse mundo, é algo absolutamente inusitado na história.
4. Como é possível renunciar uma vida toda de luta, as conquistas pessoais, os próprios sonhos, a riqueza adquirida somente para seguir um “mestre”, alguém que consegue com suas ideias não somente envolver uma plateia, mas, de fato, ruir todo o “império” da lógica tirânica do mundo. Abate-se o coração do homem diante da proposta de Jesus, entristece-se o coração apegado ao mundo material. Somente por meio de uma grande fé, de algo extremamente superior a tudo, o homem terá condições de fazer tal câmbio. Aqui está a grande exigência para quem deseja ser discípulo: ser capaz de crer em Jesus não somente como um Mestre, um Guia espiritual, um grande homem, o maior dos profetas, mas muito mais que isso, é necessário crer NELE como Senhor, um com o Pai e com o Espírito Santo. Essa fé só se tornou possível com a Ressurreição. Ajudar o próximo é importante, mas é preciso fazê-lo crendo absolutamente no Senhorio de Jesus, na Sua divindade.
Um forte e carinhoso abraço.
Pe. José Erinaldo

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